A convite da Izabela do Bello Parto e da Cariny, do site "Parto em Rondônia", eu escrevi o relato de parto do nascimento da Rebeca...

Descrevi como foi meu primeiro parto, para que outras mães possam entender um pouco do trabalho de parto.. Claro que cada mulher tem o seu, mas dá pra ter uma noção lendo outros relatos das outras mães, como eu fiz durante toda a minha gestação. Isso me ajudou a ter conhecimento do que eu poderia passar e a não ficar tão insegura...

Depois que dei a luz, fui ler mais a respeito, e fiquei sabendo que não é aconselhável fazer a força pro bebê nascer, senão durante uma contração, porque aumentam as chances de laceração no períneo... é bom que a mãe faça força somente quando a contração vem mesmo...

Pros próximos partos, vou me preparar melhor, a fim de evitar as lacerações que tive nesse primeiro parto, única coisa que me incomodou nessa experiência toda, em virtude dos cuidados que tive que ter com os pontos depois.

Conheço uma fisioterapeuta que cuida da saúde da mulher, e prepara o períneo das gestantes para o parto normal. O nome dela é Camila Patriota Ferreira, ela atende na Fisiotrat. Infelizmente eu não a procurei, apesar de saber que ela faz esse trabalho muito bem!!

Amei a minha experiência de parto normal, e para os próximos, se Deus quiser, quero ter a companhia de uma doula, que é tipo uma "assistente" de parto, que proporciona informação, acolhimento, apoio físico e emocional às mulheres durante a gravidez, o parto e o pós-parto.

Também sonho com uma banheira que possa me auxiliar durante o trabalho de parto, já que percebi que a água quente anestesia as dores das contrações!!

Meu parto foi o momento mais emocionante da minha vida, sempre me lembro dele com muita emoção!!!


Espero que gostem do relato, ele é bem realista...


Relato de parto natural hospitalar 
Nascimento da Rebeca (03/08/2013)
(Escrito em 28/10/2013, editado em agosto de 2015)


Meu nome é Mileide, tenho 27 anos e estou casada com meu marido Rafael, 32 anos, há 3 anos. Estamos juntos, contando com o namoro, há 10 anos e sempre quisemos ter filhos e uma família bem grande, porém, minha gravidez não foi planejada. Mesmo assim, ficamos muitíssimo felizes com a notícia, e ainda mais quando soubemos que teríamos uma linda menina em alguns meses!! Ela se chama Rebeca e nasceu de um lindo parto normal no dia 03 de agosto de 2013, para colorir de rosa as nossas vidas!!!

Durante a gravidez eu continuei me exercitando, como sempre fiz: natação, pilates e caminhada (essa última mais durante o último mês). Engordei 16 quilos ao todo e desde o início eu e o meu marido desejamos que meu parto fosse normal. Minha mãe almejava que eu fizesse uma cesariana, porque ela já tinha feito duas, mas eu não deixei que isso me influenciasse, tudo com o apoio do meu marido.
 

No meu caso, uma cesariana era desnecessária porque minha gravidez foi muito tranquila e saudável. Minha bebê então, sempre forte e saudável também!
 

Com 38 semanas fui a uma consulta com a obstetra que acompanhou todo o meu pré-natal e ela, ao analisar minha última ultrassonografia que apontava que minha filha poderia estar com 3,700 kg, insinuou que eu iria sofrer muito no parto, já que a bebê era grande, e perguntou se eu queria marcar a cesária.

Confesso que quase caí na tentação de marcar a cirurgia e assim escolher o dia e hora que minha filha iria nascer, queria tê-la em meus braços o mais rápido possível (ansiedade total!), e a barriga grande já me incomodava.. Sorte que meu marido me incentivou a não marcar a cesária e esperar ao menos pelo início do trabalho de parto...


Assim, com 38 semanas de gestação, mudei de obstetra e fui atrás de uma médica conhecida por acompanhar mais partos normais e que estava de plantão num grande hospital da minha cidade. Ela me atendeu no plantão, apalpou minha barriga, viu a ultrasson e disse: a bebê é grande, mas nasce de parto normal sim. É só você ter paciência. A médica me deu seu número de celular e fui para casa esperar pelos início do trabalho de parto.

Fiz 39 semanas numa sexta-feira e não sentia nada, nenhum sinal de que minha bebê estava para chegar, a não ser pelos pés inchados que se instalaram dois dias antes e não queriam mais desinchar. Fora isso, não sentia nem a mínima cólica (não tive pródomos), o que me deixava ansiosa e apreensiva porque queria que meu parto fosse normal e a médica já tinha avisado que esperaria somente até a 40ª semana para acompanhar o parto normal.

Fui dormir meio desapontada. Foi então que na meia noite de sábado comecei a sentir as contrações: pequenas dores nas costas bem suportáveis. Parecia uma dor de barriga, vontade de fazer cocô mesmo. Fui no banheiro e elas passaram um pouco. Até pensei que não estava em trabalho de parto. Me deitei e as dores voltaram. Elas vinham de meia em meia hora, eram pequenas e irradiavam das costas para o pé da barriga. Bem suportáveis, como pequenas cólicas. Assim, duvidando que eram realmente as contratações, eu consegui dormir entre uma dor e outra e comecei a cronometrar quando elas vinham e me acordavam.

Às 3:40 senti um chutão da minha bebê e um "ploc". Minha bolsa tinha estourado! Só que o líquido veio com sangue vivo, deixando a água que escorria rosada. Corri para o hospital com receio por causa do sangue, mas fui examinada pelo médico plantonista e a bebê estava bem, com os batimentos cardíacos ótimos e eu estava com 4 cm de dilatação. 

As dores vinham de 15 em 15 min., 10 em 10 min. Depois de 5 em 5, logo de 3 em 3 minutos, durando 1 minuto cada. Para acelerar o trabalho de parto, eu fiquei caminhando pelo corredor do hospital, acompanhada pela minha mãe e irmã e pelo marido querido. Quando vinham as contrações eu parava de andar, me apoiava no meu marido e eles me faziam uma massagem bem forte na lombar, o que aliviava um pouco a dor. Desde o início, a cada hora, os enfermeiros mediam minha pressão e verificavam os batimentos cardíacos da bebê.
 

A médica fez um toque umas 7 horas da manhã e falou que a bebê não havia encaixado ainda, e que se ela não encaixasse até as 9 horas eu teria que ir para a cesariana, já que por ela ser grande, poderia não encaixar. Fiquei triste e rezei para a Rebeca encaixar já que eu não queria ter passado por todo o trabalho de parto e não conseguir meu parto normal.

Até os 7 cm de dilatação as dores eram totalmente suportáveis e eu estava muito feliz porque sabia que em algumas horas minha filha estaria em meus braços! Só a partir daí é que as dores ficaram mais fortes. Foi então que resolvi ir para o chuveiro bem quente, e deixava a água cair sobre minha lombar. Isso me aliviou um pouco, mas quando as dores atingiam um pico eu cheguei a duvidar se iria conseguir. Eu achava que iria desmaiar de dor, nem cheguei a pensar em pedir anestesia, porque antes minha médica já havia avisado que não haveria anestesista presente no momento do parto e que se fosse realmente necessário ele seria acionado e demoraria a chegar.
 

Não pedi cesariana porque estava decidida que faria normal, já que já tinha sentido todas aquelas dores por tanto tempo. Mas duvidei que me corpo aguentaria tamanha dor e nessas horas eu olhava para meu marido e perguntava: - Eu vou conseguir??? E ele sem hesitar respondia: -- Cooom certeza! Você é forte e já está quase acabando! Nossa bebê tão amada e esperada está chegando! Isso me ajudava a recuperar as forças e a não querer desistir. Passei por essa fase difícil, chamada "fase de transição" (ou "hora da covardia") com o incentivo e companheirismo do meu marido!!

Com as últimas dores vinha uma vontade de fazer força. Tentei ficar de cócoras mas a dor aumentou. Tentei ficar de quatro em cima da cama, mas doeu mais. Nisso, minha médica veio verificar a dilatação mais uma vez e me pediu que deitasse de barriga para cima na cama. Ela verificou que a dilatação já estava total (10 cm) e pediu que eu segurasse minhas pernas flexionadas e as puxasse em direção à minha cabeça. Meu marido segurava minha cabeça e a puxava em direção ao meu peito, tirando-a do travesseiro. Quando vinham as contrações, minha irmã fazia a respiração bem forte perto do meu ouvido, assim eu a escutava respirando e a imitava respirando também.

O pediatra que pegaria a bebê chegou e me pediu que fizesse uma força bem longa de fazer cocô quando as contrações viessem. Porém, nas primeiras tentativas eu parava de fazer a força quando a contração terminava. Foi então que ele falou para continuar fazendo força mesmo que a contração fosse embora. Assim eu fiz, e ao mesmo tempo tendo que respirar, o que não é fácil! Fiz duas vezes a maior força da minha vida e minha filha nasceu às 10 horas, em ponto. Pesou 3,600 kg e mediu 51 cm.

Quando ela nasceu só senti uma ardência no canal vaginal (o chamado "círculo de fogo"), e a dor das contrações parou na mesma hora. Assim que nasceu, minha filha foi colocada nos meus braços e a felicidade invadiu minha alma!!! Comecei a conversar com ela e a dizer o quanto ela foi esperada e ela parou de chorar na hora e ficou me olhando!!!




Não injetaram ocitocina em mim, nem fizeram episiotomia ou outras intervenções médicas. O pediatra de plantão fez o teste de apgar da Rebeca com ela em cima de mim, só a levou para uma outra sala por uns 5 minutos para pesar e medir. Enquanto eu olhava minha bebê e transbordava de felicidade, a médica fez os pontos, o que me fez esquecer um pouco da dor das agulhadas. Levei vários pontos em razão das lacerações (já que fiz força fora das contrações, o que não é recomendado).

O que dói mais são as contrações finais (a partir dos 7 cm de dilatação) e ter q fazer a força junto com a contração.
 Sempre tive muito medo do parto, nunca quebrei uma unha, mas é incrível como nascemos preparadas para parir. Faria tudo de novo! Meu marido ficou comigo até o fim, o que foi primordial porque no fim achei que não conseguiria! Foi uma experiência maravilhosa, que serviu para me mostrar o quanto nós mulheres somos fortes!


Nossa princesa Rebeca com 3 meses.

Publicado originalmente no site:
http://www.partoemrondonia.com.br/2013/10/relato-de-parto-da-mileide.html



Beijos!!

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