Alice é minha segunda filha, foi planejada e muito esperada já que meu marido e eu desejamos ter uma família grande e animada...
Minha primeira filha, Rebeca, tinha um ano e meio quando decidi parar de fazer tabelinha e atender aos pedidos do maridão para encomendarmos logo nossa segunda bebê...

Engravidei no final de janeiro de 2015 (DUM em 27/01/2015)...

Mal pude acreditar que após 2 meses de tentativa já teria engravidado novamente!! Meu marido ficou muito feliz, fizemos até um churrasco para comemorar!!


 (pitura de barriga que minha amiga doula Talita faz)
05/09/2015
Bebê pélvica...

A gravidez correu tranquilamente até que descobrimos que Alice havia sentado, na 31ª semana de gestação..

Isso tirou meu sono, já que meu sonho de um segundo parto normal tranquilo estava ameaçado, pois na minha cidade (Porto Velho/RO) não há equipe preparada para atender parto normal de bebê pélvico... 

Pensei em ir para outra cidade para encontrar uma equipe que pudesse me atender, fazer uma versão cefálica externa ou mesmo tentar o parto normal pélvico, já que não queria passar por uma cesariana sem antes tentar um parto normal.




18/09/2015

Da cesárea eu tinha medo da anestesia, do corte, da recuperação lenta, das complicações que uma cirurgia poderia trazer para mim e minha bebê.. então me entristecia de verdade pensar numa cirurgia, além da frieza do procedimento que muito me incomoda, da falta do calor humano, e do fato de que, numa cesárea, eu não ajudaria minha filha a nascer.. isso fica nas mãos do médico...

Quando a médica avisou que a Alice havia sentado eu fiquei triste, preocupada, decepcionada.. cheguei a sentir revolta e pensei: -- Poxa, logo eu que amei parir minha primeira filha e quero tanto parir novamente, tenho agora uma bebê sentada?
Comecei a pesquisar sobre parto pélvico e sobre a manobra chamada versão cefálica externa, mas sempre esbarrava nos riscos. Embora eu já tivesse visto lindos vídeos de parto normal com bebê pélvico (como esse da Mariana -> http://www.youtube.com/watch?v=Z59XeI5PTTU) e soubesse que bebês pélvicos também nascem de parto normal, me bateu uma insegurança...
Tentando virar minha bebê por diversas vezes, testei algumas posições sugeridas pela parteira mexicana Naoli que encontrei nesse site:
Dei cambalhotas na piscina, apliquei compressas de água quente no baixo ventre e de água fria no topo da barriga, mas a Alice não saía do lugar. Ela mexia bastante, mas gostava mesmo da posição sentadinha.. tomei um remédio homeopático também, mas não fez efeito...
Chorei várias noites pensando nisso, realmente pensar na cesárea me entristecia muito.. queria entender o porque de logo eu não estar com a bebê cefálica, já que havia amado parir minha primeira filha e pensava com tanto carinho no meu segundo parto normal.. Continuei pensando nas opções que me restavam e fazendo pesquisas... resolvi entrar em grupos do facebook e achei esse lindo relato de parto pélvico:
Fiquei impressionada com esse relato da Klaudia, que mediu sua própria dilatação durante o trabalho de parto e afastou seu períneo durante o expulsivo, ajudando seu bebê a nascer...
Esse relato me animou após uma noite em que eu havia chorado muito por não entender minha situação, eu soube que ele poderia me passar algum ensinamento positivo...
Me encantei com a história dessa mulher e falei com ela através de mensagens no facebook, e ela prontamente me respondeu e me encheu de esperanças para tentar meu parto pélvico, mesmo sendo em outro Estado.
Durante a conversa que tivemos, ela só me disse coisas maravilhosas, dentre elas: "nós que somos fortes temos que ter parto pélvico para mostrar para todo mundo que é possível e maravilhoso! (...) Sua bebê também quer mudar o mundo e fazer história!"
Realmente! Como eu estudo muito sobre parto, vivo lendo relatos e amo esse mundo da humanização, talvez eu fosse o perfil de pessoa com força suficiente para bancar um parto pélvico e lutar pelos meus direitos de trazer minha filha ao mundo da forma mais respeitosa possível..
Só depois da conversa que tive com Klaudia pude entender que não devia ter raiva dessa situação (da minha bebê estar sentada).. devia apenas não me conformar com o sistema obstétrico brasileiro que não se especializa para atender partos normais de bebês pélvicos. Como a Klaudia disse: "No exterior, parto pélvico é a coisa mais comum. Eles nem se importam mais em saber a posição do bebê..."

Conversei muito com umas amigas envolvidas com o parto humanizado, como as doulas Izabela, do Bello Parto, Alyssa que agora mora em Jundiaí e da Elis, fotógrafa em Cuiabá... todas elas me apresentaram muitas opções e se ofereceram para me ajudar caso eu decidisse realmente tentar meu parto fora da minha cidade... Agradeço muito a elas pelo apoio, eu estava realmente muito triste em pensar em uma cesariana desnecessária...
Após muita pesquisa, achei um médico mais atualizado na minha cidade que disse que poderia me acompanhar e que poderíamos tentar o parto normal pélvico, mas mesmo assim me alertou sobre os riscos.. Assim, troquei de médico (com 35 semanas) já que o primeiro que me acompanhava nem cogitava tentar um parto normal...

Porém eu não me imaginava num parto pélvico, tampouco numa cesariana.. a Alice estar sentada estava fora do contexto... assim, entreguei meu parto nas mãos de Deus e parei de pensar sobre o assunto.. decidi também não viajar para outro Estado.. decidi ficar em Porto Velho e ver o que acontecia... 

Após uma batida de carro que sofri (sem nenhum ferimento, graças a Deus), decidi tirar férias do trabalho e ficar em casa curtindo o resto da gestação mais tranquilamente...

A boa notícia...

Na 37ª semana, durante uma consulta de rotina, meu médico (que é também ultrassonografista) constatou que Alice havia virado!!! Estava cefálica!!! Mal pude acreditar... Nem consegui comemorar direito, tinha medo dela virar novamente, mas fiquei muito feliz e aliviada... poderia voltar a sonhar com meu segundo parto normal!! 

Uma coisa que acho que foi determinante pra Alice virar (ficar cefálica), foi eu ter conversado muito com a minha bebê, ter me conectado a ela, e pedido perdão por ter ficado chateada com essa situação, quando tudo o que eu deveria fazer era agradecer por ter uma bebê saudável. 
26/09/2015


Como estava de férias, aproveitei para ficar um pouco mais com minha filha mais velha (Rebeca), já que esses seriam as últimos dias que ela seria filha única!!

Amor de irmã

Veja a segunda parte do relato aqui: 

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